26 dezembro 2005

Estradas e Info-vias

Nada como umas Férias para recompor as forças.

A partir de hoje o mundo das idéias digitais passa ser povoado por ações do dia a dia. Creio que com a interferência analógica este blog poderá ficar mais interessante.

Desde que passei a escrever aqui, ainda não tinha me deslocado mais do que 100 km. Encontrava-me então, em estado estacionário. Escrevia sempre nos mesmos mícros, em casa ou no trabalho.

Veio as tão merecidas férias e sai da rotina. Neste momento que escrevo estou em uma LAN, local estranho com pessoas e costumes diferentes do encontrado no meu dia-a-dia.

Essa mudança de ambiente força mudar meu ângulo de observação. De estacionário passo ser um viajante. Não só na Info-via, mas nas estradas asfaltadas (mal asfaltadas por sinal) e isso faz toda a diferença. Toda a diferença!

É uma espécie de confrontamento entre o Platonismo e Existêncialismo. Das idéias passo ser regido pelas emoções do contato com a experiência, com a estrada, a poeira o calor, distanciando me das salas aclimatadas que costumo estar.

Assim percebo que se a rede pode ser uma ferramenta presenteista é porque em qualquer ponto do planeta ela abre o portal mágico que nos leva sempre ao mesmo lugar, e liberta-nos da ditadura da geografia.

Jamais poderia esta escrevendo agora se isso não fosse verdade. Essa é a concretude que conseguimos com a volatilidade das redes. Os condutores Elétricos potencializaram definitivamente o poder das Estradas, e a desmaterialização dificilmente se distancia da experiência concreta.

16 dezembro 2005

A vida é espetáculo.

A vida como um espetáculo, é bom ou ruim?

Para responder essa pergunta precisamos primeiro entender o que é espetáculo. O espetáculo só pode ser definido pela oposição a participação. Para haver o espetáculo precisamos dos atores e dos espectadores, é pressuposto que para o espetáculo se realizar que haja a diferenciação, a separação a exclusão. E assim o espetáculo não se prestaria para a democracia.

Os atores são os agentes, os interventores do processo, os transformadores que, em busca da audiência acabam por representar a média dos desejos dos espectadores. Como estes não encontram seu espaço de expressão, acabam por realiza-se nas ações do ator, justificando seu papel no extase da catarse coletiva.

O espetáculo fundamenta-se na lógica da escassez para a massa e da abundância para o ator que figura o ideal a ser seguido. A essa lógica Benjamim chama do instinto corruptivel das massas. Podemos enchergar isso por dois ângulos: pela exclusão de uns em benefício dos outros ou pelo estímulo da concorrência.

Ser bom ou ruim, está mais relacionado a posição que se ocupa no jogo das forças do que propriamente no ideal que se segue.

08 dezembro 2005

Ampliando a percepção!

A noosfera é um conceito criado pelo Jesuita paleantologista TEILHARD DE CHARDIN. Ele afirma que o homem é o único ser que criou uma camada além da crosta terrestre. Essa camada é a que ele passou chamar de noosfera.

O que constroe esta camada é a capacidade de abstração humana. Ao dar-se conta que pode criar imagens mentais, o homem passou a tecer esta camada cultural.

Outro pensador interessante é MARSHALL MCLUHAN. Com McLuhan passamos a olhar as características da eletricidade. Ele nos diz que, com a eletricidade ampliamos nossos horizontes para a escala planetária.

Nos diz ele que, com as ferramentas potencializamos nossos sentidos: uma faca aumenta a capacidade dos nossos dentes, um bastão estende a potência do braço, a eletricidade amplia o alcance dos nossos nervos.

Com a eletricidade criamos as ligações mundiais que as estradas não deram conta. Com a eletricidade construimos a Aldeia Global.

Aldeia Global não me parece muito diferente da Noosfera em sua proposição. Pelo contrário, suas diferenças se encontram mais em suas naturezas construtivas do que no conteúdo. Uma se valendo da energia elétrica, outra da psíquica.