18 agosto 2008

PERCEPÇÃO

Faço leituras desconstrutivistas,
libero minha criatividade,
agora ela não se admite negligenciada.
Concebo-me existência.
Que sensação!
Parecem surgir as respostas que antes
busquei até debaixo das pedras,
todas as pedras,
mesmo as dos sapatos.
Agora as idéias brotam na mente
e tudo que tenho a fazer
é perceber a tal existência.
A minha própria.
Existência.
Mesmo que ainda me questione
sobre sua diferença com a essência.
Há tempos essa dúvida me cerca.
Não sei ao certo.
Para mim o limite está nos “media”,
como tudo na modernidade.
Mas desconstrução, remete a renascimento
e ambos me recordam de Shiva
o Deus da Destruição,
Shiva: o transformador.
Apresentou-me a ele,
um certo contador de histórias
- entre pescadores e peixes encantados –
disse que eu me parecia com Shiva.
Talvez, em parte seja.
Mas preferira um dia ter sido Calipso,
e nos dias de maior fulgor,
quem dera ter sido Penélope,
para ganhar o amor de Ulisses.
Na verdade sou Maria,
só Maria,
a descobrir e viver.
Vou ao longe e retorno.
Quanto maior o percurso,
tanto maior a surpresa do retorno.
Sempre e eterno, inusitado retorno.
É muito bom olhar tudo
como se fosse a primeira vez,
ainda que por muitas e consecutivas vezes.
Nada é igual.
O paradoxo esta aí.
É a percepção da eterna descoberta
e a atenção,
atenção para comungar com a novidade.

By Maria Dulor