19 maio 2008

Anjo torto

Em busca da necessidade de justificar um mundo perfeito
em meu peito criei um impasse.
Da janela que se abre enquanto o tempo passa sorrateiro, em silêncio.
O espetáculo, escrito em letras de fantasia, anuncia a boa nova.
Nas frases fugidias de um mundo kitsch, surge no estomago a sensação.
De que todo o feito foi inútil.
Como as víceras caídas ao chão.
Como falas em tom professoral,
propagaram mentiras que ouvi!
Lançaste como a fúria de um touro a golpe ligeiro e presto
na inocência de um menino que da saia da mãe se distanciou.
E ousou enfrentar de peito aberto o mundo em arena.
E que atrás da estátua erguida honra póstumas,
Ou no funeral que ousara sonhar, escondeu todo o medo.
Medo de onde tirou a coragem para aceitar o auto-engano.
E chegar ao âmago do desejo para perder o controle.
E arranca as tripas, e lança pensamentos em direção à luz de uma escritura.
Para as verdades e as pedancia , julgadas a olho crítico, implorem por nascer.
Enquanto a espiral que sobe rumo ao espaço, viaje a noite limpa.
Pra lugares tão distantes.
Que as medidas do universo imutável não possam lastimar.

Liandro J. Bulegon