11 agosto 2006

Sínteses, teses e antíteses!

O que fazer, tem vezes que nos encontramos cercado por todos os lados, por cima ou por baixo e não encontramos saída. São claustrofóbicos esses momentos, ainda bem que são temporários, todos eles. Todos os que eu já passei ficaram gravados na historia da minha vida, vez por outra eles reaparecem reabrindo feridas que julgava cicatrizadas.

Esses momentos são impares, julgo que sejam aqueles exatos momentos que saímos da nossa zona de conforto e nos aventuramos no espaço das sensações, no desconhecido. Nesse vôo não nos sentimos à vontade, não sabemos como agir e o que devemos sentir. São momentos de pura expectativa, dúvidas desafios e principalmente dor. A dor incomoda, que bom se pudéssemos cessa-la....

O que acontece é que esquecemos da função educativa da dor. É através dela que sentimos e reagimos ao desconforto. Precisamos movimentar-nos para conseguir fazer cessar a dor. E essa movimentação que impregna a experiência e inscreve no conhecimento as marcas e cicatrizes que forjam nossa identidade.

São as cicatrizes que aos poucos vão construindo nossa personalidade. Nessas cicatrizes adquirimos as resistências para as novas mudanças.

Resistimos as mudanças não só pela preguiça, resistir as mudanças baseados na dor antecedente. A lembrança das feridas amedronta ao lembra que poderemos passar por ela novamente. Sim é mais cômodo continuarmos na zona de conforto, manter e administrando o conhecido.

É muito trabalhoso aventurar-se no desconhecido, explorar novos horizontes e permitir que a surpresa, o inesperado o desconhecido se encarreguem de ditar nosso futuro.

Porém nem a esquizofrenia de uma corrida desvairada nem a neurose do estático, o crescimento e o aprendizado que se forma no choque entre estes opostos, entre o conservador e a vanguarda, entre o libertário e o opressor, entre movimento e parada.

É na síntese dos choques que temos a zona de desconforto transformada em zona de conforto, e um breve tempo para usufruir o gozo da estabilidade, para logo em seguida iniciar o ciclo que se repetirá toda a vida.

Enquanto estivemos sentindo a dor da mudança, o desconforto do desconhecido, estaremos em movimento, acumulando, dispensando e progredindo. Estaremos vivos e realizando a síntese de um ser humano....