20 janeiro 2009

Valquírias

Por sob teus longos cabelos em trigais,

disfarças as sutilezas que apresentam deliciosos perigos.

Que das melhores armas, roubadas em luta franca, guardou embainhada no silêncio.

Armas forjadas nas lágrimas cristalinas que lamberam a tua face,

temperando o teu rígido ímpeto, como fosse aço forte.

E que quando deixaste amores, não temeu perder-se em suspiros.

Porquê na escolha das tuas vontades, benditas futilidades aplainaram teu sofrer.

Em campo de batalha, com vil desejo de luta,

teu corpo estremecer em prazeres, ao sentir o sangue ferver nas veias.

Liandro J. Bulegon

09 janeiro 2009

Vai ser bom pra mim

Quando menos se espera o amor bate a porta. Exatamente quando ainda atravessava ruas para não encontrar flores, o amor bateu a minha porta.

Entrou de mansinho, com cuidado, na ponta dos pés, cheio de reservas e aos poucos foi se alojando em meu peito em frangalhos. Deixei entrar!

Foi cultivado com muito zelo, carinho e liberdade. Liberdade em saber que ninguém é dono de outro alguém. E assim arrumou a casa, e se fez forte!

Cresceu de vagarinho, porque pássaro ferido tem medo de voar alto. Mas, confiando na parceria do vôo se lançou ao infinito, de mãos dadas, pra sentir toda a vertigem que a situação permite.

Um vôo feito de instantes e pequenos detalhes como: beijos ao acordar, um sorriso encantado, um olhar iluminado, um abraço apertado, a dificuldade em dizer tchau.

Como num passe de mágica o dia cinzento ficou colorido. E o cheiro de terra molhada, que vem nos braços do vento das chuvas primaveris, voltou a fazer sentido.

Vai ser bom pra mim, ficar só é tão ruim!

Liandro J. Bulegon