24 março 2007

A tradição no cinema.

A tradição é o acostumar-se com o conhecido. É o que está provado e aprovado.

Um dia desses me disseram que não acham legal assistir vídeos em casa por quê perdia todo o glamour de ir à uma sala de Cinema no Shopping.

Não fiz cara feia nem aprovei, consegui me controlar e, simplesmente fiquei impassível. Acredito que esteja mais cínico a cada dia que passa!

Mas, uma sala de cinema no Shopping! Onde está o glamour disso? Assim como poderiamos pensar - onde está o Glamour de uma sala de cinema de bairro com seus, míseros, 200 lugares.

E o que pensar então, de um cinema com som? Ouvir as falas dos personagens! Que coisa mas decadente.

Cinema glamouroso é aquele cinema das salas com mais de 500 lugares, animado por Orquestras de quarenta componentes.

Mas glamour mesmo são os teatros lotados. Ficar representando para uma jeringonça que grava as imagem em fotos sequenciais , por favor, é o fim dos tempos. Onde estão os brios do artista?

Na verdade só resgatariam esses brios, os artistas que queimassem o teatro inteiro depois da representação. Isso acho que aconteceu uma só vez na história.

Eu poderia continuar essa história por um longo tempo, mas meu cinísmo me diz que é melhor parar com tudo isso e aproveitar meu tempo para sentar na frente do computador e assistir um filme baixado da Internet em formato .mpeg.

Me resta, ao menos, a oportunidade de deletá-lo do meu HD quando o filme terminar. Será que é a mesma coisa que queimar um teatro?

15 março 2007

Perenes e Transitórios.

Houve um tempo em que as coisas eram feitas para durar. Utensílios, roupas, moradia eram feitos para acompanhar a vida toda de uma pessoa.

Houve um tempo em que a perenidade dos pesamentos e a eternidade dos valores eram calcados na moral, na cultura e na tradição dos antepassados. Valores testados durante muitos anos, cozidos na brandura dos círculos em volta do fogo e modificados, sem pressa e sem a ância pelo novo.

Porém, houve um tempo em que o eterno se quebrou. A solidez deu lugar ao flexível , e a perenidade cedeu espaço para a transitoriedade.

É muito difícil entendermos como culpado a expansão dos mercados e o crescente aumento da oferta de mercadorias. Se bem que, a meu ver, isso ajudou sim.

Procuro entender esse fenômeno a muito tempo, e dentre as várias especulações, encontro uma explicação plausível na idéia de ressentimento do alemão Friedrich Nietzche. A troca pode ter começado ai.

O homem forte aprisionado em jaulas, já não pode mais ser ele mesmo a não ser projetando seu desejo em suas propriedades e posses. Em fim, só especulações como nossa época veloz exige, em um mero blog perdido entre milhões de outros.