15 março 2007

Perenes e Transitórios.

Houve um tempo em que as coisas eram feitas para durar. Utensílios, roupas, moradia eram feitos para acompanhar a vida toda de uma pessoa.

Houve um tempo em que a perenidade dos pesamentos e a eternidade dos valores eram calcados na moral, na cultura e na tradição dos antepassados. Valores testados durante muitos anos, cozidos na brandura dos círculos em volta do fogo e modificados, sem pressa e sem a ância pelo novo.

Porém, houve um tempo em que o eterno se quebrou. A solidez deu lugar ao flexível , e a perenidade cedeu espaço para a transitoriedade.

É muito difícil entendermos como culpado a expansão dos mercados e o crescente aumento da oferta de mercadorias. Se bem que, a meu ver, isso ajudou sim.

Procuro entender esse fenômeno a muito tempo, e dentre as várias especulações, encontro uma explicação plausível na idéia de ressentimento do alemão Friedrich Nietzche. A troca pode ter começado ai.

O homem forte aprisionado em jaulas, já não pode mais ser ele mesmo a não ser projetando seu desejo em suas propriedades e posses. Em fim, só especulações como nossa época veloz exige, em um mero blog perdido entre milhões de outros.