23 novembro 2007

A Revolução naufragou

Não temos como escapar da força esmagadora e de-formadora da história. Por que a história expressa um jogo de forças que, se por um lado consegue reconstruir o passado, por outro falha em tentar se preparar para o futuro. É com um tom histórico que eu começo este post.

No início da década de 90 eu tive contato com o computador, bem é desnecessário relatar meu deslumbramento. Qualquer um fica! O computador é o ápice da cadeia tecnológica. Superá-lo, acredito que somente poderão superar a técnica digital com as máquinas sociais – as da construção coletiva.

Mas não é só por isso que não escreverei sobre o computador. Quero ultrapassar este limite demarcado pela técnica, e é para Hidegger que eu peço ajuda.

Ele usa uma definição da técnica que ultrapassa a própria técnica. Diz ele que “a técnica é o fazer sair do oculto”. E sobre este pressuposto podemos ousar colocar a técnica a serviço do homem, um apêndice apenas. Ao contrário de outras tendências.

-Tendência natural eu diria. Quando entrei em contato com a técnica a potência seduziu. O elemento narcíseo da técnica é irresistível. A potência da técnica amplificada por dispositivos como os computacionais, é o canto da sereia subjugando o indefeso humano que para sobreviver amarra-se ao mastro do navio tapando os ouvidos com cera. Mas experimentar o poder do canto é irresistível.

Quando percebo, entendo que o digital é só o topo da cadeia da técnica. E por isso um apêndice e em função do humano.E o canto da sereia da técnica é apenas a possibilidade da realização da vontade de potência nietzcheniana.

Nada de novo! Nada de novo meus amigos......

Ulisses Ogilvy.