28 novembro 2005

No alto das torres

Sempre que falamos em tecnologia eu lembro da parábola da Torre de Babel. Antes de ser acusado de evangelização, eu penso que essa história é mais profana que religiosa. O homem agradecido, resolve construir uma torre para chegar até Deus.

O que fariam os homems se estivessem chegado lá? Depositariam flores aos pés de Deus ou, tomariam o Céu de Assalto?

Bem, mas oque importa aqui é que não se chegou, a incapacidade de realização do ser inferior acabou por arruinar sua própria empreitada, há os que acreditam que o culpado foi Deus mas essa é outra história. Na verdade o homem estava construindo um belo castelo de cartas.

A técnica nunca permitiria tal empreendimento.É assim que percebo: algumas tentativas de deificar a técnica por uns e exatamente o contrário por outros.

Sem medo de ser considerado um Social-democrata da técnica. Ela não se presta para nenhuma das duas extremidades, mas está interferenterferindo substancialmente sobre o alicerce da torre que estamos construindo hoje.

Como um sapato apertado que vai moldando o pé enquanto os anos passam a técnica está ai, entortando dedos, alinhando neurônios satisfazendo desejos e criando outros.

Repito, isso não é bom nem ruin. Simplesmente está ali, no alicerce da torre......

11 novembro 2005

Da Lama ao Caos

Com duas palavras Chico Science nos arrancou das cavernas primitivas da religiosidade cristã e nos colocou no epicentro da cena cultural pós-industrial desmaterializada.

A aura da obra de arte está morta. O pastiche, as reapropriações e as performances são nossa realidade artistica atual. A realidade diária onde tudo já foi inventado é o palco do homem conectado.

E o palco foi montado com bits e cabos elétricos. Passamos de espectadores a homens coletivos, nos transformamos em agentes construtores da nossa própria cena cultural diária.

"Modernizar o passado tambem é uma evolução cultural". E assim o mangueboy nos atira no mar da lama, na lama fecunda da aldeia global, na lama homagênea da noosfera, na lama primordial da criação digital.

Do barro surgimos e ao barro iremos voltar, não por sermos eleitos mas por sermos contrutores da nossa própria "salvação". O NetCyborg já não é mais religioso porque ele é a própria religação, ele próprio é a parte que constitue o todo....

08 novembro 2005

Nos idos dos anos setenta

Quem lembra do seriado "O Homem de sei milhões de Dólares"? Se não lembrar é porque tem menos de 30 anos, o que não configura necessariamente um problema...

Foi com o Steve Austin (o homem biônico) que tive contato pela primeira vez com a idéia do Cyborg. Naqueles tempos o Cyborg soava como um ser mitológico, criado pela soma astronômica de seis milhões de Dólares e um pouco de inteligência humana.

Hoje em 2005, o conceito do cyborg está modificado, ao menos na minha cabeça. Primeiro porque hoje já se pensa o cyborg em duas naturezas distintas, que naquela época eu não entendia: um cyborg interpretativo e um cyborg protético.

O cyborg protético é o ser constituído por carne e tecnologia. O indivíduo que adquire um transplante, uma prótese é um cyborg protético. Um marca-passo, uma mão mecânica, uma muleta ou mesmo uma restauração dentária são peças que formatam este cyborg.

Já o cyborg interpretativo se formata noutra instãncia, ou seja, é forjado no campo da cultura. Assim como o Winston que, sem vontade própria sucumbe ao controle do Grande Irmão no romance 1984 ou pela lavagem cerebral do Laranja Mecânica, o cyborg interpretativo também adquire as "próteses" culturais a que está exposto, através do implasnte ideológico.

Em maior ou menor grau, estamos cada vez mais cyborgs, cada vez mais umbilicalmente ligados na virtualiodade digital pela técnica, que nos forja em corpos e mentes interconectados.

Já não nos basta mais a WWW, agora somos WWWB (World Wide Webbed Body) . André Lemos que o diga, evoluiu o termode Cyborg para Netcyborg....

07 novembro 2005

Simplesmente a Gênese

Há os que afimam que os objetos surgem das idéias, há também os que afirmar o contrário: o contato com os objetos determinam as idéias.

Têm ainda os que acham que suas idéias produzem os objetos e que os objetos produzem suas idéias simultâneamente. Esses me parecem ser os sensatos, ao menos não dividem o mundo em dois.....

04 novembro 2005

Da teoria à prática

Eis que surge a desmaterialização total. A adesão dessa forma de expressão nos remeterá diretamente ao mais íntimo do nosso ser.
O ser individualista abre caminho para o ser conectado e para a junção dos corpos e das mentes, erguendo os pilares da construção coletiva do que chamamos noosfera, aldeia global ou logos...