16 dezembro 2005

A vida é espetáculo.

A vida como um espetáculo, é bom ou ruim?

Para responder essa pergunta precisamos primeiro entender o que é espetáculo. O espetáculo só pode ser definido pela oposição a participação. Para haver o espetáculo precisamos dos atores e dos espectadores, é pressuposto que para o espetáculo se realizar que haja a diferenciação, a separação a exclusão. E assim o espetáculo não se prestaria para a democracia.

Os atores são os agentes, os interventores do processo, os transformadores que, em busca da audiência acabam por representar a média dos desejos dos espectadores. Como estes não encontram seu espaço de expressão, acabam por realiza-se nas ações do ator, justificando seu papel no extase da catarse coletiva.

O espetáculo fundamenta-se na lógica da escassez para a massa e da abundância para o ator que figura o ideal a ser seguido. A essa lógica Benjamim chama do instinto corruptivel das massas. Podemos enchergar isso por dois ângulos: pela exclusão de uns em benefício dos outros ou pelo estímulo da concorrência.

Ser bom ou ruim, está mais relacionado a posição que se ocupa no jogo das forças do que propriamente no ideal que se segue.